Horários:
28 de Setembro | Inauguração às 19h00
29, 30 de Setembro e 1 de Outubro | 12h00 – 20h00

Em suma, o não-dito expressa-se soberanamente e pisa todas as coisas banais que encontra a voz estranha que me escreve:
sem rumor,
não há amor
balbuciam todas as imagens que a seguem.
Compreendeis, agora, por que a imagem que vai à frente tirou da cama (eram cinco horas da manhã) a voz estranha que me escreve?

Maria Gabriela Llansol

Com Anabela Mota, Catarina Domingues, Sara Belo, Marta Castelo e Teresa Projecto

Horários: 
28 de Setembro | Inauguração às 19h00
29, 30 de Setembro e 1 de Outubro | 12h00 – 20h00

“Os meus textos (…) são tecnicamente construídos sobre o que chamei cenas fulgor porque o que me aparece como real é feito de cenas, e porque surgem com um carácter irrecusável de evidência.” (Maria Gabriela Llansol)

A palavra vibrante e a força imagética do texto llansoliano tem originado frequentes diálogos com as artes plásticas e são vários os artistas com obra criada a partir do texto e do espaço de vida/escrita da autora. Esta exposição é um testemunho desse diálogo visual e material e apresenta um conjunto de nomes e obras que, revisitando o universo singular de Llansol, lhe atribuem novos modos de ver.

Augusto Joaquim, Duarte Belo, Ilda David, Pedro Proença, Rui Chafes, Teresa Huertas

Horários:
28 de Setembro | Inauguração às 19h00
29 de Setembro a 1 de Outubro | 18h00 – 21h00

Esta exposição é o resultado de um desafio de criação que o Festival Silêncio apresentou ao fotógrafo Vitorino Coragem e que parte da ideia de uma conversa a duas vozes entre o fotógrafo e a poeta, num diálogo que parte da ideia de silêncio como o espaço da palavra.

As palavras escondem-se em todo o lado, assolam-nos mesmo quando não as vemos nem ouvimos. A imagem de um objecto pode despertar a libido, acender o corpo, completar a palavra. Em que espaço se desloca um poeta até ao poema? Que corpo tem entre os seus objectos diários?

Vitorino Coragem  explora o lado doméstico de Cláudia R. Sampaio e a relação mais íntima e fetichista entre a poeta, o seu apartamento, o corpo e a palavra.

Fotografia: Vitorino Coragem

Texto: Cláudia R. Sampaio

Voz: Carolina Amaral 

Áudio: Gonçalo Gato

Nesta era do Fake, da alienação mediática, do pós-verdade, da auto bajulação dos selfies, um grupo de ilustradores expressa a sua VOZ nas montras do Largo de São Paulo. Múltiplas vozes, múltiplas cores e traços sobre o tom em uníssono do The Lisbon Studio, um colectivo de ilustradores e autores de banda desenhada, que conta com mais de uma década de existência.

Dia 28 de setembro, das 16h às 20h, nas montras de  Gelato Davvero, Mez Cais, Mia Vintage, Loja do Museu do Arroz, Farmácia Central, Branco sobre Branco, GivLowe, Atari Baby.

Horários: 
28 de Setembro a 1 de Outubro | 12h00 – 2h00

Instalação do registo vídeo da performance “Quando a música circula – ensaios de leitura” de Cátia Sá, que pretende desafiar o texto lido a ser cantado formando um arquivo de fragmentos, figuras sónicas, mantras: “Às vezes, imagino que à beira desse lugar há um outro de harmonias rarefeitas, em que ressoa um som infinito que contém todos os sons possíveis, há até imperceptíveis arestas onde o ritmo se transforma em melodia.

Horários:
28 de Setembro | 14h00 – 20h00 
29 de Setembro | 11h30 – 20h00 
1 de Outubro | 16h00 – 20h00 

Troca, tira, põe e faz o texto crescer. Um texto suspenso, um poema contínuo, um conto sem fim. Completar é uma história em construção. Se quem conta um conto acrescenta um ponto, aqui quem acrescenta um ponto conta um novo conto.

Num espaço ainda por definir, nasce um caderno de linhas suspenso pronto a ser habitado por uma história escrita a várias mãos. Uma história sempre por completar. O texto é livre, o tema é livre, as possibilidades são infinitas.

Palavras à Janela é uma instalação participativa em que todos têm uma palavra a dizer. Palavras penduradas nas janelas, nas varandas e varandins do Cais do Sodré transformam-se numa obra colectiva, cujo impacto é uma manifestação narrativa e visual das ideias, pensamentos, gostos e imaginário colectivo do Cais do Sodré. Este ano, o Festival Silêncio voltou a lançar o desafio para pôr o bairro a falar. A comunidade aceitou e, durante os quatro dias de festival, janelas, varandas e varandins do Cais do Sodré apresentam uma instalação que parte da partilha, da vontade e do diálogo entre o bairro e a cidade. Instalações isoladas ou mensagens colectivas que constroem um percurso pelas ideias, pensamentos, gostos e imaginário colectivo do Cais do Sodré.

Aonde quer que vá, a Biblioteca Itinerante Ensaios e Diálogos transforma os lugares por onde passa. De forma temporaria cria espaços de leitura para miúdos e graúdos, áreas para jogos e brincadeiras e até uma bebéteca móvel, tudo de forma lúdica e acessível. Durante os quatro dias de Festival Silêncio, a Biblioteca Itinerante, instala-se na Praça São Paulo criando um espaço para estar, criar, partilhar e brincar, sentar para uma pausa na correria do dia-a-dia, uma leve leitura ou ainda ouvir uma boa história.

Organizado pela Associação Ensaios e Diálogos.

Inauguração no dia 28 de Setembro às 19h00. 

Mise-en-scéne voyeurista num jogo de cortinados que escondem e revelam os sentidos: primeiro ouve-se para só depois conseguimos ver. Uma maravilhosa performance secreta pronta a ser desvendada por todos os que forem assistir.
Vinde ver a metade que se Vê,
até porque esta é também
a metade de você.

João Maria Viotti

Horários: 
28 de Setembro | Inauguração às 19h00 
29, 30 de Setembro| 11h30 – 20h00 
1 de Outubro | 16h00 – 20h00 

Uma peça sobre o caminho para a imaterialidade ou um ensaio sobre um palco anti-gravitacional.
Espaço, matéria que não ocupe lugar.

Nuvens, um ensaio em formato de vídeo-instalação em que a audiência é a própria forma performativa.

Com foco no ramo da física que estuda as mudanças da temperatura, pressão e volume, em Nuvens disseca-se o conceito de termo-dinâmica – therme, calor. dynamis, potência.
Na essência, termodinâmica estuda o movimento da energia e como a energia cria movimento: Calor; energia em trânsito. Dinâmica; movimento.

Da acção surge uma sensação de pretensa há uma consciência profunda do próprio corpo e do tempo da vida – gravidade.

Horário: 
28 de Setembro: 16h00 – 00h00
29 e 30 de Setembro: 16h00 – 02h00 
1 de Outubro: 16h00 – 0h00

Nesta edição, o Festival Silêncio dedica uma secção da programação à edição literária independente. Convidámos um conjunto de editores independentes para desenvolverem iniciativas próprias, desafiando-os a criarem conteúdos à volta dos seus catálogos e edições, que se desdobram entre lançamentos, conversas, exposições, concertos e oficinas. Este programa tem o apoio da Snob / Livraria da Cossoul, a quem nos juntámos para organizar uma Feira do Livro dedicada aos livros de alfarrábio, aos editores independentes e aos autores representados nesta edição do festival.

A Palavra Contada é uma atividade participativa, que conjuga um conto e um momento de escrita criativa. Partindo do livro “A Grande Fábrica de Palavras”, que fala um estranho país onde as pessoas quase não falam, precisando mesmo de comprar e engolir as palavras para as pronunciar, convidam-se os pequenos e graúdos a um exercício de escrita criativa e a uma conversa sobre o valor das palavras. Que palavras nos importam mais, quais são as mais raras, que palavras deitaríamos ao lixo e quais gostaríamos de comprar nos saldos de Verão? Juntas, as palavras servem para escrever frases e sentimentos que nos ligam a todos… até no Silêncio, onde as palavras andam à solta.

Organizado pela Associação Ensaios e Diálogos.

Em suma, o não-dito expressa-se soberanamente e pisa todas as coisas banais que encontra a voz estranha que me escreve:
sem rumor,
não há amor
balbuciam todas as imagens que a seguem.
Compreendeis, agora, por que a imagem que vai à frente tirou da cama (eram cinco horas da manhã) a voz estranha que me escreve?

Maria Gabriela Llansol

Com Anabela Mota, Catarina Domingues, Sara Belo, Marta Castelo e Teresa Projecto

“Os meus textos (…) são tecnicamente construídos sobre o que chamei cenas fulgor porque o que me aparece como real é feito de cenas, e porque surgem com um carácter irrecusável de evidência.” (Maria Gabriela Llansol)

A palavra vibrante e a força imagética do texto llansoliano tem originado frequentes diálogos com as artes plásticas e são vários os artistas com obra criada a partir do texto e do espaço de vida/escrita da autora. Esta exposição é um testemunho desse diálogo visual e material e apresenta um conjunto de nomes e obras que, revisitando o universo singular de Llansol, lhe atribuem novos modos de ver.

Augusto Joaquim, Duarte Belo, Ilda David, Pedro Proença, Rui Chafes, Teresa Huertas

com Pedro Lucas, Carlão, Carlos Guerreiro 

Selma Uamusse, Manuela Oliveira e Joana Alegre (Gospel Sisters) e Carlos Barretto.

Texto de Gonçalo M. Tavares

Os velhos também querem viver, também se sentem nesse direito. Os velhos, os novos, aqueles de meia-idade, os emigrantes, os locais, os pobres, os ricos, os de classe média. Os pretos, os ciganos, os brancos, os inválidos, os de baixa, os sãos, os mais ou menos sãos, os que partiram uma perna ontem, os empreendedores, os trabalhadores, os imigrantes, os yuppies, os hippies e os hipsters. Os comunistas, os neo-liberais, os sociais-democratas, os religiosos, os pouco crentes, os vazios, os cheios de fé, os com fome de tudo e os que não andam à procuram de nada. Todos se sentem no direito de viver, quiçá até do impropério de procurar uma certa felicidade. Numa terra de encontros haverá também muitos embates, bastantes choques. A globalização permitiu-nos chegar mais perto do “outro”, de o encontrar, de o ver, de o cheirar melhor, mas trouxe-nos também uma nova geografia de clivagens sociais que ainda andamos todos a tentar perceber. Como é que vivemos todos neste espaço?
“Os Velhos Também Querem Viver” é um concerto criado a partir do livro homónimo de Gonçalo M. Tavares e do texto original da tragédia “Alceste” de Eurípedes, em que o livro do escritor português se baseia. Um pai que se recusa a dar a vida pelo filho que por sua vez terá de ver a própria mulher a fazer esse sacrifício por ele. O velho sente-se ainda no direito de viver e o novo vai acusá-lo de egoísmo infértil: todos querem viver. O espectáculo contará com direcção musical de Pedro Lucas, em guitarra eléctrica também, composição coral de Rui Souza, e a participação de Carlos Nobre (Carlão) e Carlos Guerreiro  nas vozes, de um coro de luxo com as vozes de Selma Uamusse, Manuela Oliveira e Joana Alegre (Gospel Sisters) e com o contrabaixista Carlos Barretto.

Apresentação da peça distinguida com o prémio FATAL 2017

Convite para uma experiência niilista. Senão vejam: Um lugar imaginário, fruto de uma indefinição, povoado pelas mais extraordinárias figuras. Todas elas carregam consigo uma bagagem, a sua fiel companheira por infindáveis aventuras, algo que se desprende de si mesmas: um livro, um colar, uma máscara, uma história, um passado…

Não se sabe de nada, não se vislumbra o conceito, não existe luz que lhes mostre o caminho. São levadas por um desejo irresistível de se encontrarem a si próprias, ou a uma outra resposta mais além.

Um raio atinge-as no peito. Iluminam-se. Saem para o mundo. Modificadas pela experiência singular da qual foram a seta e o alvo. A escuridão instala-se. Os viajantes do tempo regressam a casa… O ciclo completa-se e a peça termina… por hoje. Amanhã veremos.

Gonçalo Prazeres – saxofone e composição

Gonçalo Marques – trompete

Hugo Antunes – contrabaixo

João Lencastre – bateria

Este quarteto, liderado pelo saxofonista e compositor Gonçalo Prazeres, assenta num caminho artístico arriscado, que costuma complicar o que é aparentemente simples – por isso se chama Bicho de 7 Cabeças. As músicas são como telas que orientam a improvisação colectiva, tornando-se cada uma um quadro musical em constante alteração. Bicho de 7 Cabeças estreia-se no Festival Silêncio, onde o amor pela expressão, pelo ritmo, por saborear o momento e pela arte é partilhado entre a palavra e a música.

Numa parceria com o Festival Silêncio o clube Roterdão apresenta um ciclo dedicado à obra de três dos maiores vultos da música pop do séc XX. Três Dj set’s que irão abordar o legado destes artistas mas também todo o universo musical do seu tempo. Três noites para dançar no Silêncio.

The Man Who Sold The World​ (David Bowie) 
Uma noite dedicada ao universo camaleónico de Davis Bowie. As suas influências, quem influenciou e as suas múltiplas colaborações com outros artistas farão parte de uma selecção musical para ouvir e dançar nesta noite de abertura do Festival Silêncio. 

com Sara Orsi, António Poppe, Bruno Humberto e Rui de Almeida Paiva

Olhemos para a relação entre linguagem e pensamento. “As palavras”, escreve Bachelard em A Poética do Espaço – são casas “com porão e sótão. O sentido comum reside no rés-do-chão, sempre pronto para o ‘comércio exterior’, no mesmo nível do outro, desse transeunte que nunca é um sonhador”. A linguagem é, de facto, dupla, e a palavra comércio é aqui relevante. Há, sem dúvida, palavras de que necessitamos para um comércio exterior, de sobrevivência, comércio de cidade. A Bachelard agrada a imagem das palavras enquanto casas, com vários pisos: “Subir a escada na casa da palavra é, de degrau em degrau, abstrair. Descer ao porão é sonhar.”
O tratamento da linguagem – ou do raciocínio – deve considerar o desnivelamento do corpo (do utilizador da linguagem). Devemos olhar para a linguagem como se olha para um objecto – para uma mesa, por exemplo – e ver, por vezes, a linguagem de baixo para cima, de modo respeitoso, de cima para baixo, de modo altivo; observar depois um perfil da palavra, depois o outro; ver os sapatos da palavra e o seu chapéu, a sua nuca e o seu rosto. Porque pensar também é mudar de posição relativamente à própria linguagem. Não olhar sempre da mesma maneira para as palavras.
Gonçalo M. Tavares, em “Atlas do Corpo e da Imaginação”

O Festival Silêncio, em parceria com a Casa Fernando Pessoa e a Fundação José Saramago, lançou a proposta a um grupo de quatro artistas e intérpretes de diferentes disciplinas artísticas: habitarem um apartamento durante um mês e transformá-lo em casa-palavra, uma residência multidisciplinar, uma casa partilhada que convida à colaboração e ao diálogo artístico. António Poppe, Bruno Humberto, Rui de Almeida Paiva e Sara Orsi aceitaram o desafio.
Tendo como ponto de partida o fragmento “casa-palavra” o escritor Gonçalo M.Tavares, a casa, em pleno Cais do Sodré torna-se espaço comum desencadeador de processos e exercícios criativos imprevistos. Pretende-se potenciar um trabalho de reflexão colaborativa que resulte na criação de uma obra ou de um espetáculo original, individual ou colectivo. Da Residência Casa-Palavra sairá um livro de artista a quatro mãos, que será simultaneamente um objecto artístico e um registo gráfico do processo de pesquisa e criação comum.

Durante o festival, entre os dias 28 de Setembro e 1 de Outubro, os artista abrem a casa ao público. Estamos todos convidados a visitar os artistas em casa para assistir a apresentações e a encontros informais que são parte do processos criativos em curso.
O que nos espera na casa-palavra só saberemos quando entrarmos no 3ºD do nº 46 da Rua da Boavista. Não é preciso bater à porta.

As Revistas Literárias de carácter independente sempre foram um barómetro da produção literária nas áreas do ensaio, crítica, ficção e poesia. São assim um testemunho de uma determinada época, um retrato do pulsar e das tensões sociais e culturais, muitas vezes identificadas com os movimentos literários, manifestando ideais, estilos, críticas e opiniões. São ainda um veículo de correntes estético-literárias, apresentando geralmente uma visão analítica da produção nacional e internacional.

Em Portugal, ao longo do séc. XX e até à revolução de Abril, foram várias as revistas que deram voz aos autores que lutavam contra o regime tornando-se assim um veículo de opinião de poetas e escritores que ali encontraram uma forma de fugir à censura publicando textos que, de outra forma, dificilmente seriam editados.

Esta terceira edição de ‘O Mundo Não se Fez Para Pensarmos Nele’ realizada em parceria com ‘Os Poetas do Povo’ e com a “EC.ON-Escola de Escritas” terá a coordenação do escritor Luís Carmelo, e será constituída por seis sessões que decorrerão no Clube Tóquio, na Rua Nova do Carvalho, 12, em Lisboa.

A revista “Presença – Folha de Arte e Crítica” foi uma das mais influentes publicações literárias portuguesas do Séc. XX. Lançada em Coimbra, a 10 de Março de 1927, teve a sua última edição (nº54) em 1940. Fundada por João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e José Régio, teve como principais colaboradores, os chamados “presencistas”, nomes como Adolfo Casais Monteiro, Miguel Torga, Arpad Szenes, Vieira da Silva, Mário Eloy, entre outros.

Com Ernesto Rodrigues, Luís Carmelo e José Anjos

Ó! é um colectivo de músicos de sensibilidades díspares, que se dedica à livre improvisação. Usando linguagens aparentemente inconciliáveis, os do Ó! vêm ao Festival Silêncio, em formato trio, procurar uma multiplicidade de sentidos e vozes, marcada pelo risco e pela ousadia.

Com Américo Rodrigues, José Tavares e Rogério Pires

Uma experiência de múltiplos significados. Camadas que se desdobram em mais camadas e sentidos. Eis o que, dentre tantos outros atributos, pode-se dizer deste livro. Obviamente tal característica, muitos dirão, é inerente a toda verdadeira poesia. Concordo, mas para tanto precisa ser Verdadeira Poesia. E é o que temos aqui. Linguagem insensata. Insubmissa. Palavra que não se dobra à domesticação, buscando efeitos para o céu de alguma imagem ou fera empalhada com a dita “fúria contida” para agradar diluidores.

Neste aguarrás, corpo e linguagem, feitos um só, para a construção do poema como um estranho animal, um ser que desloca-se internamente. Cava, escava para criar o seu próprio modo de existir. Um organismo vivo que se movimenta, expande-se e metamorfoseia-se, conforme avançamos na espiral de sua leitura.

2015 | Angola | 110’

“Finalmente um filme que contrapõe as visões unilaterais da guerra, ora colonial para uns, ora de libertação para outros. Independência foi pensado e realizado por angolanos, num longo processo de recolha de depoimentos de intervenientes directos ou indirectos na guerra, dentro e fora de Angola. É um filme que mostra as estratégias, as alianças e os sacrifícios na resposta ao domínio colonial português, num grande trabalho de transmissão da memória para as gerações que não conheceram o regime colonial nem têm muito acesso ao passado recente.
Este filme marca uma viragem na produção de discurso da História e da cultura visual, sendo Imprescindível trazê-lo à discussão em Portugal onde a violência colonial é escamoteada e a realidade da guerra silenciada, sobretudo no que toca às consequências para as sociedades africanas.” Marta Lança

A sétima arte desde sempre se afirmou pela cumplicidade com outras linguagens artísticas. Nesta performance criada para o Festival Silêncio o desafio passa por mostrar a importância que a música e a poesia têm no imaginário dos espectadores. Não veremos imagens mas podemos sim imaginá-las e deixarmo-nos contaminar pela poesia, pelas palavras e pela música do cinema de alguns dos mais importantes realizadores europeus dos anos 60, 70 e 80 do séc. XX. A música de Rini & Bastolini, especialistas na matéria, será acompanhada pela voz da actriz Ana Teresa Santos.

com Rini & Bastolini e Ana Teresa Santos

O grupo Escaleiras & Arremessos traz-nos ao Silêncio um Consultório Poético-Sentimental onde o público é convocado para exorcizar os seus fantasmas sentimentais.

Durante dois dias, instalam-se de armas e bagagens na Pensão Amor, e com o auxílio dos poderes sobrenaturais da poesia vão curar amarrações ou traições amorosas, infidelidades permanentes, amantes desnaturados e outras maleitas sexuais.

Certezas do passado, verdades do presente e mistérios do futuro serão aqui desvendados com a certeza de que, com o poder da palavra, não há mal que não tenha cura.

 “Se a sua vida é um drama, não se deixe entristecer, os seus males venha tratar, não se vai arrepender.”

A Poesia é talvez a mais universal e ancestral forma de expressão artística da humanidade e, nestas quatro sessões integradas no ciclo Voz, iremos dar voz aos poetas e à poesia na sua língua original, mas também em versão traduzida. Será assim uma viagem pela poesia do Canadá, Itália, Croácia e Irlanda dita por convidados oriundos destes países.

Leonor Moncada e Sylvie Potvin residem na cidade de Montreal e participam na vida cultural desta cidade, em diversas esferas de expressões artísticas. Foi da outra margem do Atlântico que chegou o projecto da leitura de extractos da peça “La Liste”. Desde 2013, Les Lecteurs reúne os aficcionados de histórias contadas, lidas, ouvidas, sonhadas, nos parques e nas bibliotecas através do Quebeque. Leonor Moncada e Sylvie Potvin esperam que esta primeira presença da literatura quebecoise no Festival Silêncio de Lisboa seja o início de uma colaboração frutífera.

Workshop desenvolvido pelo letrista e jornalista Nuno Miguel Guedes que tem como objectivo orientar os participantes na escrita para performance bem como explicar algumas das técnicas de declamação de poesia em público. Pretende-se, assim, estimular os participantes no campo da expressão estética, aliando dados técnicos, empíricos e de natureza especificamente literária.

Inscrições para o email  festivalsilencio@ctlisbon.com, com indicação de nome, idade, contacto (e-mail e telfone) e profissão.
Inscrições limitadas a 8 lugares.

A Beat Generation foi um movimento literário iniciado por um grupo de autores cuja obra marcou e influenciou a cultura norte-americana no período pós-segunda guerra mundial. A então designada cultura beat caracterizou-se pela busca da espiritualidade, pela rejeição do materialismo e pelas representações explícitas da condição humana. O movimento ficou ainda conhecido pela experimentação das drogas, pela invenção do psicadelismo e pela defesa da liberdade sexual.

E é a partir deste universo que os músicos Flak (guitarra) e Rodrigo Amado (saxofone) irão criar paisagens sonoras para a declamação de textos iconográficos deste movimento pela voz do poeta Tiago Gomes.
com  Tiago Gomes.

O espectáculo Fadistas do Povo parte do projecto de residências artísticas de fado que acontece há quase seis anos no Povo e que tem levado novos intérpretes a descobrirem a sua personalidade artística e a desenvolverem um repertório. Nestas noites especiais, os fadistas estão lado a lado com músicos de diferentes quadrantes, de forma a partilhar experiências, ideias e técnicas e a valorizar as letras, a dimensão poética e as histórias contadas nas canções. No Festival Silêncio, os Fadistas do Povo percorrem vários espaços do Cais do Sodré, fazendo circular a palavra cantada numa experiência de descoberta para público e artistas.

Sessão 1, dia 29 de Setembro: Cafe Tati, Ângulo, A Maria Não Deixa eLatitude38 restaurante 
Sessão 2, dia 30 de Setembro: Filho da Mãe Organic Burgers, Castro Beer,Arco da Velha e The Wine Cellar

Tendo por mote «Tecnologia e pobreza numa paisagem artificial» no livro Morrer na América, reúnem-se cinco histórias escritas por Pedro Neves Marques, entre 2013 e 2016, todas inéditas, exceto Liberator, originalmente publicado em inglês em The Machine Stops (Nova Iorque: Halmos, 2014); Deepstaria e o Drone, interpretado por Paula Sá Nogueira, em Setembro de 2015, no contexto do projeto curatorial Old School, Teatro Praga, Lisboa, Portugal.
«Cheguei à América na semana em que a cidade de Nova Iorque foi atingida pelo furacão Sandy. A chuva fustigava a fachada das Nações Unidas e, com o frio, congelava como uma segunda pele sobre os vidros. Nas ruas, os movimentos sociais estavam em depressão; os ativistas endividados, sem seguro de saúde, sem segurança social. No interior do país, o movimento libertário prometia uma insurreição, armas eram impressas em plástico transgénico e os ambientalistas eram criminalizados e perseguidos. Para lá dos milharais, mais a sul, no Golfo do México, um mar de petróleo exibia as mutações das espécies, a humana incluída.»

Escrevi PLANTAS HUMANAS sabendo que os livros são “peles de imagens tirados de árvores mortas”, como diria o xamã Yanomami David Kopenawa. Toda a escrita comporta uma tortura vegetal.

Neste livro, parti de uma experiência escrita sobre uma possível inteligência distribuída entre os seres sobre estes factos: escrever com as plantas e não para as plantas sobre crise climática, ecocídio, estética ambiental e a alteração de formas de representação e convocação da natureza na poesia.

Rita Natálio

“Plantas Humanas”, de Rita Natálio, é o  #8 da colecção Mutatis-mutandis da não edições e é lançado no Festival Silêncio, com a presença da autora, do artista Mattia Denisse (desenhos e capa) e do editor, João Concha. A apresentação do livro será feita por José Maria Vieira Mendes.

Mim é ambíguo, cavalheiro, sempre achei.
146, O começo de um livro é precioso, Maria Gabriela Llansol

O Princípio de ___________ idealmente não teria princípio nem fim. É o conteúdo de uma cassete encontrada, já velha, distorcida, mas suficientemente intacta para que se consiga compreender o que nela foi gravado, e o que nela ainda é dito. Mas o fragmento de alguma coisa, com o tempo, transforma-se sempre noutra coisa. O conteúdo repete-se sem parar – como eu, cavalheiro – até se degradar.

Com Miguel Bonneville

As Revistas Literárias de carácter independente sempre foram um barómetro da produção literária nas áreas do ensaio, crítica, ficção e poesia. São assim um testemunho de uma determinada época, um retrato do pulsar e das tensões sociais e culturais, muitas vezes identificadas com os movimentos literários, manifestando ideais, estilos, críticas e opiniões. São ainda um veículo de correntes estético-literárias, apresentando geralmente uma visão analítica da produção nacional e internacional.

Em Portugal, ao longo do séc. XX e até à revolução de Abril, foram várias as revistas que deram voz aos autores que lutavam contra o regime tornando-se assim um veículo de opinião de poetas e escritores que ali encontraram uma forma de fugir à censura publicando textos que, de outra forma, dificilmente seriam editados.

Esta terceira edição de ‘O Mundo Não se Fez Para Pensarmos Nele’ realizada em parceria com ‘Os Poetas do Povo’ e com a “EC.ON-Escola de Escritas” terá a coordenação do escritor Luís Carmelo, e será constituída por seis sessões que decorrerão no Clube Tóquio, na Rua Nova do Carvalho, 12, em Lisboa.

A “Pirâmide”, cadernos de publicação não periódica, foi uma revista lançada entre Fevereiro de 1959 e Dezembro de 1960, em Lisboa, num total de 3 números. Fundada por Carlos Loures e Máximo Lisboa, era uma revista conotada com o movimento surrealista e principal órgão do grupo do Café Gelo. Destacam os colaboradores Antonin Artaud, Herberto Hélder, Luiz Pacheco, Mário Cesariny, entre outros.

Com António Cândido Franco, Luís Carmelo e José Anjos 

O Festival Silêncio 2017, à medida do que já tem feito no passado, convida os poetryfilmakers portugueses para inscreverem os seus filmes na nossa competição nacional que irá selecionar o melhor Poetryfilm português Festival Silêncio 2017 e o Prémio do Público português Festival Silêncio 2017.

Zootrópio, Tiago Rosa-Rosso
Portugal | 14’18”

Zootrópio é um brinquedo óptico da era pré-cinema. Consiste num cilindro com sucessivas janelas dispostas verticalmente. Na área da superfície interior do cilindro é colocado um conjunto de imagens em sequência. Ao girar, o usuário vê uma rápida sucessão de imagens que produzem a ilusão de movimento. 

A Ideia Geral da Revolução, Paulo Lima
Portugal | 2’

Actualmente, as rotinas de educação da nossa sociedade não admitem a possibilidade de as crianças decidirem o rumo das suas vidas. Hoje, todos são formados de maneiras semelhantes e são encorajados a aprender e a viver tendo por base conceitos pré-estabelecidos.

Cigarettes, Bruna Carvalho
Portugal | 3’43”

A porta fecha-se. Banhada pela luz da noite, uma mulher acorda num quarto. Sentada na beira da cama, acende um cigarro, observa o exterior. As palavras são sussurradas para dentro, e fluem, como fumo que se dissipa.

With Luggage, Paulo Martinho
Portugal | 2’31”

Chegou o momento de partir.

O Flanela Avulso, Ricardo Andrade
Portugal | 1’13”

Uma história sobre um planeta que é engolido.

Running Man, Pedro Sena Nunes
Portugal | 5’07”

Dois seres, um encontro. O movimento de um corpo encontra a quietude do betão e da pedra. Um homem corre através de um espaço aparentemente vazio.

A Flor do Lácio é um espectáculo de música e poesia que vem trazer-nos canções bem conhecidas do público, textos e poemas que as inspiraram. Celebra a língua portuguesa essa especiaria valiosa, não declarada e habilmente transportada nas caravelas e nos navios negreiros. Um património comum e embarcadiço que foi cultivado em todas as latitudes do mundo irá ser aqui relembrado, através da poesia e dos cancioneiros brasileiro e português.

com André Gago, Carlos Mil-Homens, João Penedo, Pedro Dias

A Dois Dias edições junta no Festival Silêncio todos os seus autores, vivos e mortos, para uma leitura encenada em torno do catálogo completo da editora. No final, pode ser que se entreveja uma linha editorial.

Autores/participantes (por ordem de lançamento):
Mattia Denisse, Susana Gaudêncio com Hélia Correia, Nuno Nabais e Álvaro Domingues, Vitor Silva Tavares, rui de almeida paiva, Joana Bértholo e Sofia Gonçalves, José Maria Vieira Mendes, Stefan Themerson, Paul Valéry, René Daumal.