outubro, 2017
Detalhes do Evento
Podem as vozes violentadas e “historicamente interrompidas” desautorizar a própria fala? A partir dos actuais trânsitos de capital económico, cultural e ecológico, pensemos nas vozes que subvertem a dominação encontrando
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Detalhes do Evento
Podem as vozes violentadas e “historicamente interrompidas” desautorizar a própria fala? A partir dos actuais trânsitos de capital económico, cultural e ecológico, pensemos nas vozes que subvertem a dominação encontrando pontos de contacto.
A investigadora Maria Paula Meneses interroga a nossa comunicação, reconhecendo a nossa existência, por saberes transmitidos que não a fala. Poderá a leitura de como preparamos a comida, do saber aí contido, contribuir para ampliar a tradução intercultural, para uma ecologia de sabores e saberes? Até que ponto as receitas de cozinha, essencialmente orais, nos permitem denunciar a permanência de situações de opressão sexista e colonial-capitalista?
A performer e pesquisadora Jota Mombaça aborda o problema de escuta no lugar de fala para evidenciar que antes de um silêncio subalterno, temos o encontro de vozes inscritas pela subalternidade, com uma tendência estruturante à não-escuta como política ética e cognitiva dominante. Problematiza ainda o uso estratégico da categoria Lugar de Fala nos ativismos contemporâneos, especialmente nas políticas de autorização discursiva que tem ordenado a produção, circulação, difusão e legitimação de vozes e sentidos no mundo.
Rita Natálio pensa o Misantropoceno no lugar de Antropoceno – aliança entre crise climática e capitalismo planetário. Tem-se pressuposto a responsabilidade universal da humanidade enquanto espécie no desconcerto ecológico e reivindicado uma ação coletiva face à urgência climática. Porém, a ideia da “humanidade como um todo” que poderá fazer sucumbir o planeta e que deve ser travada por “todos”, é constituída em cima de fortes ações de “misantropia” e desigualdade (colonialismo, racismo, extrativismo, capitalismo, sexismo) que aparecem muitas vezes ocultas neste modelo de ecologia política, ao mesmo tempo apocalíptico e salvacionista.
Hora
(Domingo) 18:00 - 19:00
Localização
Palco da Praça de São Paulo
Rua de S. Paulo